Desde garoto Roberto sempre foi "ligado" em motocicletas!
Aos 11 anos, entrou nesse mundo, trabalhando como auxiliar de mecânico em uma oficina de motos.
Aos 15 anos, comprou sua primeira moto. Uma Mòndial 50cc.
Com ela participou de duas corridas, mas viu que não era muito "braço" e logo desistiu!
Mas só das competições, e não das motos...
Nos anos 70, a inevitável invasão japonesa fez com que Roberto comprasse uma CB 350, e logo, outras mais.
Mas, sua verdadeira paixão, eram as italianas !
Já casado, morando na cidade de Campinas (SP), saudoso, encontra uma Aermacchi 250cc 1964, jogada numa garagem coberta de pó, enferrujada... um "traste"!!
Após mais de um ano , de muuiiito trabalho, a Aermacchi 250 estava tinindo!
Aermacchi / Harley-Davidson 250cc 1964
Mas Roberto "por acaso" encontrou uma Zanella, argentina, também detonada! Foi quando percebeu que havia entrado num caminho sem volta! Quanto mais "no bagaço" mais ficava interessante! É o espírito do restaurador e de colecionador!!
Zanella 125cc
Roberto começou a procurar efetivamente motos antigas italianas, com anúncios em jornais, e no tradicional "boca a boca"!
Ital-Jet 50cc - dois modelos importados por Luiz Latorre
Foram muitas histórias de motos em fundos de quintal, abandonadas!
Dizia Roberto:
"O curioso é que, geralmente o dono as vende com dor no coração , e mais, fazem questão de ver depois de restauradas! Aí, é a maior choradeira!!"
Mòndial em fase de restauração
De toda a coleção, a motocicleta que Roberto aconsiderava a mais especial, era uma Italjet "Vampiro" 1964, de competição.
Das 39 motos que possuia, essa era a mais rara !
De acordo com especialistas, é uma das únicas no mundo.
E ela é zero km até hoje ! Nunca foi para pista !
Italjet "Vampiro" 50cc especial de competição 1964
Essa moto ficou exposta na loja de Luis Latorre, no centro de São Paulo, por muitos anos, sem nunca ter andado.
Conta o ex-piloto Nelo Carmona que o Luiz Latorre importou essa moto para combater as imbatíveis Mòndial Record 48cc com as quais êle (Nelo), Adú Celso e outros veteranos ganhavam todas as provas em Interlagos.
Por um motivo qualquer, o Latorre nunca colocou essa moto para correr, nem com a insistência do próprio Nelo e do Adú, para que os deixassem pilotá-la. Isso foi nos idos de 1964...
Roberto fez várias propostas para Latorre, que recusou todas! Roberto acabou desistindo!
Mais tarde, ficou sabendo que Latorre a havia vendido a um colecionador do Rio de Janeiro! Roberto foi atrás! Ligava diariamente para o colecionador carioca, até que o venceu pelo cansaço!
É de dar água na boca !!
Mòndial 200 cc 1956 de competição. Única no Brasil
O modelo mais antigo da coleção era uma Guzzi 65cc 1952 (alías ele tinha duas!)
Moto Guzzi 65cc 1952 . Modelo Guzzino . Três marchas. Velocidade máxima = 60 km/h
Roberto dizia:
"É bom ter motocicletas repetidas para trocar, pois alguns colecionadores não vendem as motos, mas podem trocá-las por outras colecionáveis ".
Mòndial de competição (anos 50). Pitoresca...
A moto de sua coleção considerada a mais cara, era uma Ducati Desmo 750 1974, com apenas 320 Km rodados !
Dizia Roberto que foram fabricadas apenas 40 unidades desse modelo !
Estva avaliada em "muitos milhares de dólares"!!
Ducati Desmo 750 1974 . Motor bicilindrico em "L".
Numa das muitas viagens à Itália (para garimpar peças) , mostrou a foto da Ducati a um engenheiro da própria Ducati, que quase caiu de costas!
Nessa mesma viagem, Roberto cruzou na estrada com uma Guzzi antiga! Logo depois mais uma,.. e outra, e mais outra! Fez a volta e, mais adiante, os encontrou parados! Era um passeio de colecionadores de Moto Guzzi!
Moto Guzzi 500cc modelo Falcone
Parou e tirou muitas fotos com o grupo, com o qual se correspondeu por muitos anos!
"O prazer de restaurar uma moto é imensurável! É como voltar no tempo, e ser jovem para sempre!"
Laverda 750 SF 1972
Ducati 450 Desmo 1974
Mòndial Record 48cc
Moto-Guzzi Dingo Cross 49cc 1968
MV Agusta 750 1972
Ital-Jet Tifany
Roberto, infelizmente, não está mais entre nós mas, seu filho Rogério, que herdou a coleção, mantém até hoje alguns exemplares!
O único que ele não vende, não dá e não empresta, é o xodó de seu pai ... a Italjet "Vampiro".
Nós do Motos Clássicas 70 , tivemos o prazer e a honra de ter essa moto exposta em nosso stand, no evento Ride for Kids, que aconteceu em junho deste ano, em Itú! (a moto está em nossa Galeria)
A pequena jóia brilhou em meio às outras Clássicas !
Muito obrigado DAVID ROBERTO DA SILVA